Texto e fotos: Kadu Pinheiro
Conhecer o Arquipélago das Ilhas Seychelles foi um dos pontos altos do meu ano. Organizado pela Azul Profundo, a convite do Bureau de Turismo das Ilhas e da Cia Aérea Etihad, fiz parte de um seleto grupo de mergulhadores convidados a conhecer esse paraíso na terra, com o objetivo de conhecer, divulgar e vender esse destino para o mercado Brasileiro.
Nosso roteiro ainda incluiu Abu Dhabi, uma parada estratégica no meio do caminho para conhecer também esse oásis árabe no meio do deserto. A viagem já começou em grande estilo, voando na classe executiva da Etihad, e que na minha modesta opinião mais parece uma primeira classe, de tanto luxo e mimos durante o voo, agradecimento especial ao Arthur Arruda da Etihad Brasil que nos proporcionou tal desfrute.
Vamos falar um pouco do nosso destino final, uma verdadeira obra de arte natural formada por nada menos que 115 ilhas rodeadas pelo azul-turquesa do Oceano Índico. Seychelles faz lembrar uma pintura irretocável.
O idílico arquipélago africano é mesmo para poucos: vivem na capital, Victoria, localizada na ilha de Mahé, aproximadamente 90 mil felizardos. Com 50% do seu território preservado, as três ilhas principais do país – Mahé, Praslin e La Digue – parecem ter sido criadas com pinceladas de tons tropicais por um artista muito inspirado, e têm sua rotina simples e pacífica emoldurada por uma natureza espetacular.
História
O arquipélago de Seychelles foi descoberto por Vasco da Gama em 1502. Por ser um lugar apenas de passagem, em que os navegantes paravam por pouco tempo e logo seguiam viagem, o país demorou a ser colonizado. Isso ocorreu somente em 1770, pelos franceses, que vieram liderando um pequeno grupo de europeus, indianos e africanos.
Em 1814, a população do arquipélago já contava com 3500 habitantes. Até então as ilhas estavam nas mãos da França, mas foi neste mesmo ano que, com a derrota de Napoleão em Waterloo, o país foi cedido à Grã-Bretanha.
Em 1825, o país já era habitado por 7500 pessoas. Propriedades importantes surgiram durante esse período, resultando em plantações de algodão, coco, cana-de-açúcar e outros alimentos. Nessa época a capital Victoria, na ilha de Mahé, foi estabelecida.
Seychelles conseguiu a independência da Grã-Betanha em 1976 e, desde então, o governo buscou desenvolver a língua creole local, com ortografia e gramática própria. O creole seychellois é a língua oficial junto ao inglês e ao francês.
Fauna e Flora
Seychelles é um museu de história natural a céu aberto e um santuário primitivo para raras espécies de fauna e flora. Com quase 50% de sua área de terra preservada, o país se orgulha de suas práticas de conservação e preservação da natureza, que resultam em um alto grau de proteção do meio ambiente.
As ilhas abrigam uma extraordinária diversidade de aves que podem ser apreciadas tanto na natureza aberta, quanto em áreas de preservação. Conheça os tesouros desse museu de história natural ao longo de suas trilhas por meio de paisagens de tirar o fôlego, dos parques nacionais, de outras reservas e de seu crescente número de emocionantes empreendimentos de ecoturismo.
Uma das principais atrações das Seychelles são as tartarugas gigantes, animais muito parecidos com os que se encontram nas ilhas Galápagos. Aldabra é uma das ilhas mais afastadas do arquipélago e onde se encontram mais exemplares da espécie. Por estarem em perigo de extinção, cientistas estão estudando formas de preservar e procriá-las. Em Praslin e La Digue elas podem ser encontradas em cativeiro em alguns lugares.
Outra atração é o famoso Coco-de-Mer, ou Coco-do-Mar, tido como a maior semente do mundo e cuja forma assemelha-se à nádegas humanas. Durante muitos anos, os navegadores pensaram que ele crescia no fundo do mar, uma vez que só o encontravam flutuando. É produzido por uma palmeira, a Lodoicea maldivica, endêmica das ilhas de Praslin e Curieuse, porém, nos dias atuais alguns exemplares já foram introduzidos em outras ilhas do arquipélago.
Cultura
Seychelles é uma mistura alegre e colorida de diferentes etnias, culturas e religiões. Em diferentes momentos de sua história, pessoas do continente africano, europeu e asiático chegaram às ilhas trazendo consigo tradições e costumes distintos, contribuindo para o modo de vida e cultura seychellois. É possível ver essas influências nas artes locais, gastronomia, música, dança e arquitetura.
O projeto arquitetônico de algumas das casas antigas carregam influências da herança colonial francesa e inglesa, adaptadas para uma vida confortável no clima tropical.
Além disso, a música e a dança sempre desempenharam um importante papel na cultura de Seychelles e em todos os tipos de festas locais. Os artistas exibem diversos estilos que mostram essa característica multicultural e realçam as muitas influências culturais no país. Enraizada nas culturas africanas, malgaxe e europeia, a música é tocada ao som de tambores e instrumentos de corda. O violino e a guitarra são relativamente recentes importações estrangeiras, que desempenham um papel proeminente na música de hoje.
Arquitetura
A arquitetura seychellois tem um estilo único, cujo design é marcado pela praticidade. É possível perceber claramente as influências do passado colonial, em uma combinação com diversos elementos práticos. Os telhados são íngremes, por causa das chuvas, e as varandas costumam ser amplas, para usufruir ao máximo o agradável clima de Seychelles, além de outros recursos que permitem aproveitar a brisa nas ilhas.
Curiosidades
Tradicionalmente, as cozinhas das casas ficam em um espaço exterior, para que os aromas picantes da culinária não cheguem aos outros cômodos.
Originalmente os telhados de muitas casas eram feitos com a palha das plantações de coco, que deram lugar às telhas de zinco.
Artes
Para um país relativamente pequeno, Seychelles tem um cenário artístico vibrante, que inclui pintores, escultores, escritores, poetas, artesãos, músicos e dançarinos.
Os pintores se inspiram na vasta beleza natural do arquipélago para produzir as mais diversas obras, usando materiais como aquarelas, tintas a óleo, acrílicos, colagens, metais, alumínio, madeira, tecidos, tinta guache, materiais reciclados, gravuras a carvão e muitos outros.
Escritores e poetas também compartilham da mesma inspiração e usam o impressionante cenário seychellois para criar seus relatos, obras que remontam à história das ilhas, coletâneas de contos e poemas que realçam paixões da vida cotidiana em Seychelles.
Os artesãos criam seus trabalhos por meio de vários tipos de materiais, como vitrais, coco, conchas, corais, ouro, prata, materiais reciclados, fibras, bambus, metal e cerâmica.
A música e a dança também têm um papel muito importante na cultura local.
Gastronomia
Destacando as muitas culturas que povoam Seychelles, a cozinha creole apresenta as sutilezas da culinária francesa, o exotismo dos pratos indianos e os sabores picantes do Oriente. Peixes grelhados ou polvos regados ao molho de pimentões, gengibre e alho são os pratos favoritos do país, assim como uma variedade de molhos deliciosamente preparados com leite de coco.
Por ser um conjunto de ilhas, os pratos mais comuns da cozinha seychellois são à base de peixes que, além de frescos, oferecem variedades de sabores maravilhosos. Alguns magníficos são o red snapper, conhecido como bourzwa; o job-zob; o atum, muito diferente do que conhecemos; as cavalas reais, denominadas kingfishou wahoo e o karang. Um prato bem típico da cozinha creole é um puchero com Salsa de Chile. Mesmo que você seja acostumado ao sabor picante, tenha cuidado ao solicitar este prato, pois a pimenta destas ilhas recebe o apelido de “fogo infernal”, por ser muito forte. Também são servidos pratos de carnes e aves aromatizadas com especiarias do país.
Folclore
As Ilhas Seychelles são as mais antigas do mundo, um verdadeiro tesouro das origens da Terra. Estas ilhas cintilantes abrigam um sentimento de pertencimento a uma época passada. Um lugar onde tranquilidade e simplicidade podem ser encontradas e a inocência redescoberta. Antes da televisão e do rádio, o folclore seychellois se mantinha pela tradição oral. Tradicionalmente, ele girava em torno de personagens populares como o Soungula, famoso por sua astúcia e desenvoltura em resolver problemas, assim como Frer Zako, Kader, Tizan e Kousoupa. Algumas fábulas e histórias populares ainda são contadas, remontando épocas anteriores à televisão.
Além disso, o arquipélago tem sido fonte de inúmeros mitos e lendas desde que foi ocupado no século XVIII. O mais popular entre esses contos é o de que o Vallée de Mai, que é um dos dois Patrimônios Mundiais presentes em Seychelles, o qual abriga o lendário coco-de-mer, poderia ser o sítio original do bíblico jardim do Éden. Já na Ilha de Mahé, o cemitério de Bel Air contém túmulos dos primeiros tempos da colonização, como o de Jean François Hodoul, um corsário que perseguia barcos britânicos, e do “gigante das Seychelles” que, segundo a lenda, media uns três metros de altura. Seu túmulo está sinalizado por um obelisco.
Mergulhos:
A quantidade e a beleza dos pontos de mergulho já seriam suficientes para justificar uma viagem às ilhas Seychelles. São 6 parques nacionais marinhos.
As ilhas internas são formadas por partes de uma cadeia de montanhas submersa. A atividade é indicada durante todo o ano, sendo a melhor época de março a maio e de setembro a novembro, quando as temperaturas da água atingem a média de 29ºC e visibilidade de até 30 metros.
As ilhas das Seycheles têm uma grande abundância de animais, além dos peixes residentes de recifes, vamos encontrar raias-chitas, peixes-papagaio, peixes-napoleão, tubarões galha-brancas, raias prego e marmoradas, o peixe-morcego e, com alguma sorte e na época certa, o tubarão-baleia.
Além de tartarugas enormes e de tubarões de recife e galhas brancas, cardumes e cardumes de várias espécies de peixes podem ser apreciados em suas águas azuis. Praslin é o lugar mais recomendado para o mergulho, apesar de Mahé oferecer também excelentes opções para a prática da atividade, com destaque para dois naufrágios artificiais repletos de vida, que podem ser visitados no mesmo mergulho.
As Ilhas Seychelles são reveladas como um destino único, que oferece experiências deslumbrantes e sensoriais, alto padrão de acomodações, natureza incrível e inúmeras atividades que podem proporcionar aos visitantes inspiração, relaxamento e rejuvenescimento.
Prepare-se para explorar as montanhas com exuberante vegetação ao som dos pássaros tropicais, tomar banho nas cachoeiras, dar uma volta na capital Victoria, visitar ou pernoitar nas ilhas próximas, descobrir um restaurante perdido com um por do sol fabuloso e explorar as dezenas de enseadas com praias maravilhosas. Impossível querer mais.
Durante a Trip conhecemos as 3 principais ilhas do Arquipélago:
Mahé
Matriz de uma cultura que mistura influências indianas, chinesas e africanas, Mahé concentra sua natureza e sua cultura ímpares em apenas 28 quilômetros de comprimento por 8 de largura. São 65 praias de derrubar o queixo, como Anse Intendance, Petit Anse e Baie Lazare. A mais estruturada de todas as ilhas de Seychelles conta com hotéis superexclusivos e uma natureza que convida a caminhar, pedalar, explorar de carro cantos secretos, mergulhar e, claro, não fazer nada à beira-mar. O mercado municipal vale uma visita, além do templo indiano que fica no centro da cidade.
Praslin
Reza a lenda que o mítico Jardim do Éden fica justamente na ilha de Praslin. E os seichelenses assumem essa teoria argumentando que têm as praias mais lindas do mundo e espécies únicas na natureza, como as tartarugas gigantes e o coco-do-mar – fruto cujas formas curiosas se assemelham às coxas humanas. Lar das belas palmeiras do Vallée de Mai, Patrimônio Natural da Humanidade, a segunda maior ilha do arquipélago conta com praias excepcionalmente bonitas, como Anse Lazio, Grand Anse e Anse Georgette. Está a apenas uma hora de catamarã de Mahé.
La Digue
é a quarta maior ilha de Seychelles. Geralmente é visitada em um bate e volta saindo de Praslin, já que são separadas por apenas 30 minutos de catamarã. Nada como explorar com calma a atmosfera rústica, passeando de bicicleta por ruas estreitas e pequenas estradas cercadas pela floresta verdejante, e comendo em algum restaurante típico da ilha, para depois fazer a digestão em alguma praia maravilhosa e de águas azuis.
Entre as praias fantásticas que visitamos está Anse Source d’Argent, uma das mais fotografadas do mundo. Impossível resistir ao apelo de clicar as águas transparentes que lambem a areia branca adornada por pedras curvilíneas: um retrato da perfeição estética das Seychelles. A dica é conhecer a ilha alugando bicicletas e rodar a vontade, uma mochila com toalha e protetor solar e você está pronto para explorar suas estradas e curtir suas praias.
Como complemento da trip voando pela Etihad, faça um stop de pelo menos 2 ou 3 dias para conhecer a cidade de Abu Dhabi:
Abu Dhabi
A cidade de Abu Dhabi é a capital federal dos Emirados Árabes Unidos (e não Dubai…). Ela faz parte do Emirado de Abu Dhabi. Emirado é uma espécie de estado, que ocupa 85% do território nacional e detém 94% das reservas de petróleo do país, equivalente a 11% das reservas mundiais, fato que faz deste emirado ser o mais rico e lhe confere também importância política.
A população deste Emirado passa um pouco de 1,6 milhão, sendo composta por apenas 20% de locais (ou nativos) e o restante são expatriados, estrangeiros que vieram buscar oportunidade na terra dos sheikhs.
O governo de Abu Dhabi não mede esforços em fomentar o desenvolvimento turístico e cultural da cidade. Na tentativa de se espelhar em Dubai, Abu Dhabi iniciou uma corrida pela realização de projetos mirabolantes se tornando cada vez mais cosmopolita e futurista.
Alguns deles já estão prontos, virando atrações turísticas indispensáveis. Aqui listamos alguns:
Sheikh Zayed Grand Mosque
É uma belíssima obra da arquitetura islâmica, inaugurada em 2007 e nomeada em homenagem ao falecido Sheikh Zayed Bin Sultan Al Nahyan, o fundador dos Emirados, que se encontra enterrado no pátio externo mesquita. Tudo a respeito da mesquita e dos seus arredores encanta por tanta beleza.
Considerada a oitava maior mesquita do mundo com capacidade de acomodar 40,000 fiéis. Suas reluzentes 80 cúpulas brancas e seus 4 minaretes podem ser vislumbradas já na entrada de Abu Dhabi. Seus amplos pátios e mais de mil colunas são cobertos de mármore branco. Seu interior é coberto por um tapete persa de deixar qualquer um de boca aberta. É o maior tapete do mundo, e foi fabricado por mais de 1200 artesãs medindo 5,627 m2 e pesando 47 toneladas.
Certamente é um dos pontos altos de um roteiro de viagem a Abu Dhabi, junto com as atrações nada modestas na Yas Island como o Yas Marina Circuito da Fórmula 1 e o Parque Temático da Ferrari.
A visita a Mesquita do Sheikh Zayed é uma grande oportunidade para conhecer como os muçulmanos praticam a sua religiosidade. Recomendamos que use roupas discretas ao fazer este tour, shorts, decotes e saias curtas são proibidos. Para as mulheres é obrigatório o uso de um lenço cobrindo a cabeça e escondendo os cabelos.
Heritage Village
No quebra-mar próximo à gigante bandeira dos Emirados Árabes e ao shopping Marina Mall, fica a Heritage Village, composta por um grupo de prédios típicos e um pequeno museu e que mostra a vida do povo beduíno através de antigas fotos em preto e branco. Uma réplica do tradicional sistema de irrigação dos oásis, ou “falaj”, e uma torre de vento, o primeiro ar condicionado do mundo, são exemplos notáveis da engenhosidade dos habitantes originais do país. Há também um característico souk, (mercado) ideal para compra de presentes e souvenirs típicos.
Ferrari World Abu Dhabi, o Parque Temático da Ferrari
O Parque Temático da Ferrari é uma das principais atrações de Abu Dhabi, e fica só a uma hora e meia de Dubai. Lugar fantástico para quem busca diversão e conhecimento sobre uma das maiores fabricantes de automóvel do mundo, a Ferrari.
Programa ideal para quem viaja em família, pois tem entretenimento para todas as idades. São mais de 20 brinquedos, museu, uma super loja com produtos da Ferrari, além de restaurantes. Os turistas que curtem uma adrenalina, vão amar a Formula Rossa, a montanha russa mais rápida do mundo e um dos brinquedos mais concorridos. Já os viajantes, amantes de automobilismo, vão “enlouquecer” com tanta curiosidade e carros expostos dentro do Parque da Ferrari.
Yas Marina Circuito de F1
O Yas Marina Circuit é o mais luxuoso autódromo do mundo, localizado na fabulosa Ilha Yas, na entrada de Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos. Ele é a combinação perfeita de estilo, inovação e muita adrenalina. Com uma pista de 5,5 Km de extensão, o Yas Marina Circuit recebe todo ano no mês de novembro a Formula 1 Etihad Airways Abu Dhabi Grand Prix.
Acomoda confortavelmente em torno de 50mil expectadores em áreas cobertas, e tem uma torre destinada ao público VIP erguida acima da pista com vista invejável.
Ele é o único circuito ligado a um hotel de cinco estrelas, o futurista The Yas Hotel. O curioso é que a pista, além de beirar o hotel, passa por baixo dele, dando um privilégio absoluto para quem está como hóspede ou apenas aproveitando uma refeição num dos restaurantes localizados no varandão do hotel.
O Yas Marina Circuit está integrado ao projeto bilionário da Yas Island construído pela Aldar Properties. Este projeto é composto por algumas obras audaciosas já prontas, como:
- O Parque Temático Ferrari World que está em pleno funcionamento, para o delírio dos amantes de velocidade e aventura,
- O moderníssimo hotel The Yas Hotel,
- Yas Marina & Yacht Club, grudadinho no hotel e na pista.